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A história do nome / The history of the name

CASA PALISSY GALVANI

História do nome

A história do nome da “CASA PALISSY GALVANI” está intrinsecamente ligada à história da evolução dos estudos sobre electricidade e sobre a sua aplicação mas, sobretudo, ao período em que a empresa foi fundada, tendo como objectivo a comercialização de “material eléctrico”.

​A Electricidade em Portugal

Foi só em 1878 que, a mando da Família Real, foram importados os primeiros candeeiros de arco voltaico que se instalaram na Cidadela de Cascais, para comemorar o aniversário do Rei D. Carlos.
Seguidamente, iluminou-se também o Chiado e a electrificação de interiores começou pelo Teatro S. Carlos (1886), pelo Arsenal da Marinha Grande (1887) e por outros, poucos, no país. Só em 1891 nasce a primeira empresa de iluminação pública, em Lisboa, com base na fusão da Companhia Lisbonense de Iluminação a Gás e da Companhia do Gás, com o nome de CRGE – Companhias Reunidas de Gás e Electricidade, com direito a produzir, distribuir e vender gás e electricidade para fins públicos, domésticos e industriais na área municipal da cidade de Lisboa.


 

O Nome

A Casa Palissy Galvany (em nome individual), foi criada em 1895. Estava a trabalhar com a mais moderna tecnologia. É normal que procurasse um nome comercial que homenageasse, segundo o seu fundador, os pioneiros e impulsionadores da aplicação desta forma de energia, que estava a revolucionar completamente o modo e a qualidade de vida da Humanidade.

Os produtos que comercializava eram os equipamentos eléctricos já existentes (lâmpadas, pilhas voltaicas, interruptores, campaínhas…) e isolantes (cerâmicas refractárias, ebonites, micas…).

A escolha incidiu em Bernard Palissy e Luigi Galvani.

O primeiro, ceramista do séc. XVI, apaixonado estudioso da natureza, das ciências naturais e da origem dos fósseis, viveu obcecado pela perfeição na produção de vidragem cerâmica, levando-o a pôr em risco a sobrevivência da própria família. Foi posteriormente adoptado por Catarina De Medicis e levado para Paris onde pode desenvolver os seus estudos e criar o estilo “Palissy” com a introdução de animais e elementos da natureza na decoração das suas obras (ver Curiosidades). Os seus estudos viriam a influenciar para sempre a técnica de vidragem de cerâmica e a sua durabilidade.

Luigi Galvani (2ª metade do séc. XVIII) era fisiologista, médico, investigador e professor de anatomia, entre outras actividades científicas. Foi a realizar experiências de anatomia com rãs que concluiu que a corrente eléctrica tinha origem nos músculos animais. Descobriu a “bioelectricidade”.

É importante perceber que no séc. XVIII vários cientistas (Von Kleist, Leiden, B. Franklin, Priestley, Coulomb, …) trabalhavam e estudavam a electricidade, mas essencialmente moviam-se no mundo da electricidade estática.

Não sendo físico, Galvani manteve-se intransigente quanto à unicidade da sua teoria, fazendo com que um outro cientista, físico notável, fosse desafiado a provar que não era só em meio orgânico que se produzia electricidade.

Era Alessandro Volta. Nesta contenda criou a primeira fonte de energia eléctrica, confiável e estável -a pilha voltaica ou, simplesmente, a bateria.

A influência de Galvani nas investigações de Volta foi considerada de tal forma importante que o seu nome está ligado ao processo de “galvanização”.

Mas houve outro ser que foi homenageado pelos fundadores da Casa Palissy Galvani - a Rã.

Elemento fundamental nas experiencias de Galvani, ficou imortalizada no logotipo da empresa.

Curiosidades

Cerâmica Palissy na indústria
das Caldas da Rainha​

É por volta de 1820, com Maria dos Cacos (?-1853), que, segundo vários autores, começa a tradição caldense de “cerâmica artística” que irá tornar a região num dos principais núcleos cerâmicos do país. A ela iria seguir-se Manuel Cipriano Gomes (“o Mafra”)(1829 -1905) e, entre outros, José Alves Cunha (1849-1901), Francisco Gomes d’Avelar (1850-1918), Rafael Bordalo Pinheiro (1846 -1905) e Avelino Soares Belo (1872-1927), todos inseridos numa corrente naturalista fortemente influenciada pela obra cerâmica do francês Bernard Palissy (1510-1590), que na segunda metade do sec.XIX é objecto de revivalismo em vários países europeus, nomeadamente França, Inglaterra e Portugal.
“O Mafra”, a quem foi autorizada a utilização da coroa por mérito da Casa Real, será mesmo apelidado de “o Palissy das Caldas” pelo Inquérito Industrial em 1881.


A maioria destes ceramistas criaram fábricas próprias, mas aquela que se irá tornar na principal referência a partir de 1884 será a Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha (FFCR), com o seu director artístico, Rafael Bordalo Pinheiro, a alcançar a notoriedade de que ainda hoje é alvo. Ele será responsável pela continuação dessa corrente naturalista e simultaneamente pela introdução de novas referências e formas.